sexta-feira, 13 de julho de 2012

time is my addiction

Foi no dia vinte e nove, dia de gnocchi, que eu deixei a sua casa e fui andando até botafogo. Pensando, avaliando, questionando este novo sentimento. Algo diferente das outras vezes em que deixei a sua casa e de súbito faltou-me o ar pelas lembranças de cada gesto seu. Hoje é diferente. É um vazio cheio da ausência de sua presença. Trato-te mal num reflexo do meu ódio em não conseguir te odiar. Vejo-te uníssono como o grito da criança que um dia fomos. Juntos. Seu peito, joelho e cabelo já não são os mesmos, mas seus olhos refletem aqueles dias quentes do verão praiano, em que eu inocente transloucava-me só para te ver dropar as ondas no oceano sem fim, o que acabava por ser a minha obsessão. O meu desejo se transmutou. Acabou o tesão, a admiração, o toque suave. Restou o amor que único se torna pequeno perto de minha perspectiva de vida. Amor amigo. Amor de quem quer bem, mas só. Finda no limite da certeza. E convicção em matéria de amor é pura amizade. Agora, neste instante, neste milésimo de segundo que rompe o espaço, não sinto nada mais do que carinho. Carinho como pela blusa preferida aos treze e que não cabe mais, mas que guardo como a recordação de um ano feliz em minha vida. Nós dois grafados na tela da memória. Uma mistura de surf, eu, prata, você e amor em tons de preto e branco.