quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Procuro, mas não enxergo o alvo e calo o meu silêncio para ver se o mundo ainda existe e insiste em ser o mesmo de sempre, eu me disfarço sempre e não me encontro, nem sei qual a pura dor de ser mais um rosto que mente.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eram exatamente 07h10min antes do meio dia e eu estava ali em uma sala de cristianismo com secreção nasal ouvindo reclamações e tentando não rimar. O sono de 4 horas mal dormidas invadia meus olhos e eu cansava do estilo da minha escrita. Minha imagem estava cansada. Eu estava esgarçando. Pagina preta. Escrita branca. Fungadas. Falação. Areia nos olhos. Ola... Perco o raciocínio com os conhecidos. Abstraio. O vácuo no meu peito continua ali mesmo sorrindo.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os Novos Desajustados:


“Não ligue pra estas caras tristes fingindo que a gente não existe. Sentadas, são tão engraçadas, donas das suas salas!”. Cazuza foi? Reencarnou. Em nossa camiseta rasgada, customizada, aplicada, plastificada, listrada, modernizada. I Love Fake! Amor de que? Amor do mundo, de quem ama de pé junto,... com Adidas desamarrado, All Star detonado, na meia dos novos desajustados. Adeus folk! Somos os inquietos, nova-iorquinos, londrinos, somos erikas e palominos! I Love Kate Moss. Mostre e Will! Transgressão sem mágoa, somos outsiders! Calça skinny, sandálias Havaianas, make no rosto, poser no encosto, somos verão!!! Somos doces, ácidos, lisérgicos, saudosistas do futuro, abusando do colírio e dos óculos escuros! Somos bala demais, massa demais, biexooo! Divorced, censored, do it yourself! Somos os sonhadores mal-passados, os novos desajustados.

Sem medo

Cada escolha infinitas renuncias. É cruel decidir. Caminho perigoso, libertador, sem volta. Lugar de encontros e despedidas com o novo. O novo perpetua-se. O novo descarta-se. É assim. Escolher. Mudar. Manter.

Sinônimos

  • Onde esta o óbvio que não aconteceu? Você me confundiu ao me chamar de seu? Foi ilusão minha? O culpado sou eu? Inventei as palavras? Quem as pronunciou fui eu? A verdade é uma só? Conhecemos-nos sem palavras e eu preenchi as lacunas em mim. Você foi você. A grande questão sou eu. O lado mais tolo. Procurar por você alhures não resolve. Enquanto isso vou por ai buscando uma continuidade para o que mal começou.
Para Olívia

Trabalhe por você, dance por você, cante por você, viva por você, faça absolutamente tudo por você. Dê credito à você e quanto aos outros cobre em cash. Se acredite. Entenda a sua complexidade e seja feliz, nem que seja por um milésimo de segundo, pois se você entender esse milésimo de segundo a sua vida já vai ter feito algum sentido.

Independência ou morte?

Não reclame. Eu aprendi seus artifícios. Agora, os executo ao meu modo. Do meu jeito. Nem melhor, nem pior. Não é essa a questão. Eu vago, mas não estou vago. Não confunda fones de ouvido com cotonetes. Cansei do seu imperativo em minhas ações. A convergência diverge e é exatamente isso que eu procuro. Independência ou indiferença.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

De - composiçao

Hoje eu acordei. Olhei para os lados e vi que tudo estava igual. Meu cachorro estava me esperando para ir à rua, meu telefone estava descarregado, fazendo um barulho que penetrava meus ouvidos como uma tesoura sem ponta e eu e eu estava ali -parado- como um gato de sofá olhando para o ventilador de teto empoeirado com a sensação de ter adormecido exatos 5 segundos. Sentia uma nostalgia presente, uma falta do que ainda iria sentir falta.

Eu havia decidido me libertar de você. Os nossos quatro anos já estavam se tornando cinco e eu não agüentava mais conviver com a sua ausente presença. Eu percebi que na verdade você nunca havia respondido a chamada, eu sempre havia respondido por você. Aí, na minha vida eu te reprovei por falta.

A gente não se via mais, e em um ano nos vimos o que? Três? Quatro vezes? Eu tinha certeza que tinha te eliminado da minha vida como uma urina, até que você reapareceu. Suspendeu meu habeas corpus e eu me vi preso de novo a você.

Enquanto isso, a única pessoa com quem eu dividia você era a minha outra personalidade de gemeos. Eu sempre fui dois, sempre a metade, dividido, nasci exatamente no meio ano: Dia, hora e minuto. Eu era dois, Eu “eram” dois. Nós éramos dois, eu e você, ou pelo menos o que eu criei de você para mim. E era esse você criado por mim que eu queria guardar dentro de um potinho de filme Kodak, para daqui a alguns anos ele estar mofado e nunca poder ser revelado.

Depois eu desisti, desisti de você, desisti de mim e desisti de tudo, e comecei a encarar tudo superficialmente e prometi para mim mesmo que só iria nadar na horizontal para não me afogar de novo. Me esvaziei completamente e me senti como uma samambaia de plástico e lembrei que o plástico demora duzentos anos para se decompor e então resolvi esperar.

SHIT BODY LOTION

Elogios bóiam na superfície. Por gentileza, não me julgue a partir de suas interpretações pessoais. Falas tanto de profundidade e, no entanto me bebes como um líquido quente, um café que queima a língua ansiosa. Espere. Para me compreender é preciso tempo, calma e principalmente confiança. O que você entende como liberdade é o meu limite. Por tanto se distancie caso não esteja disposto a mergulhar em meu miocárdio. Um sorriso pode significar o meu ódio em forma de adoração. Um sorriso pode significar o meu habeas corpus. Porém minha lágrima carrega a consistência de um diamante. A dor metafísica personifica-se na retina e se quebra como um espelho condenando-me aos meus próprios olhos.

Com Forma

  • Finalmente a conformidade parece ter aterrissado em meu peito, a tranqüilidade paira pelo ar da noite de uma quarta feira curiosamente não-futebolística e a minha sensação ao ver sua foto pregada metalicamente em minha frente é de puro esvaziamento. Embora eu saiba que depois de uma bela noite de sono eu estarei repleto de esperanças e fantasiando toda uma realidade que infelizmente não existe, eu procuro aproveitar esse momento, me enganando, fingindo e tentando me entender.