quarta-feira, 7 de maio de 2014

hélice

sonhei com você a tarde toda. você tentava confortar o meu fracasso relativizando o seu sucesso, me dizendo que o sucesso não trazia nada de novo, nada além de mais dor, mais angústia e mais tristeza. estávamos num lugar escuro, não por falta de luz, era uma escolha estética. sala soturna nuns tons marrons e cinzas, e eu me afundava num sofá confortável, enquanto você num plano superior ao meu, apoiava-se no braço do sofá. e dalí você estava linda, a escuridão de nossas almas contornava o seu rosto preenchendo apenas o que de belo havia nele. uma mistura de você e eu, amargos, em momentos distintos de vida. pela primeira vez você não cantou para mim, o que de certa forma me deixou mais a vontade, pois não precisei bolar comentários elaborados para satisfazer seu ego. foi um sonho bom, acordei ainda no meu -nada- diário. sem o que fazer comigo mesmo nesse sobrenatural que flutua sozinho no espaço. abri o facebook e haviam duas notifications suas. Nada relevante.