terça-feira, 22 de março de 2011

12 Horas

A sua pele fria era condizente com o seu olhar. Este que ao entrar em contato com o meu, me intimidava, me rebaixava. Eu seguia de cabeça baixa sem explicações morais. O que havia era uma não existência, como um acordar cedo no sábado. Você me convencia do meu ar tedioso, eu acreditava piamente. Tudo isso com um simples e frio olhar, "sem que ninguém percebesse.".

quarta-feira, 16 de março de 2011

Plataforma Flutuante

Eu estava a espera de alguém que me levassse de (repente), sem aviso prévio. Como uma música que penetra os ouvidos. Eu gostaria de ser levado para qualquer lugar onde o futuro não me encontrasse, um lugar em que eu ficasse em paz sem me pré ocupar. Dançaria uma música sem fim. Falaria o meu texto sem esperar por deixas ou pausas, falaria-o até o fim do terceiro ato. Um lugar onde a platéia não existisse e sem medo poderia treinar meu comportamento artificial. Voltaria outro. Voltaria sem medo, sem freio, sem rancor e sem manchas internas que me fizessem lembrar você e todos os outros que por hora causavam-me sofrimento e dor. Sendo assim, poderia continuar existindo artificialmente para mim mesmo.

(Fruto de sonho e do conceito de embriaguez)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Assovio de uma quarta-feira de cinzas.

Qual seria o prazer em não sentir? Ou pelo menos fingir que não sente? Essas perguntas habitaram minha mente durante o último Carnaval. O momento que deveria ser mais caloroso e histrionico na sociedade cristã era blasé por querer. Por qual motivo eles teimavam em exibir as suas figuras, portando caras pálidas e sem vida? Ela amava, mas nem tanto. Ele odiava e também não. Sentia-me antiquado quando inserido em meio a jovens da minha própria geração, ou avançado demais, às vezes até um pouco ridículo, mas havia firmado um compromisso comigo mesmo: Ser eu, do jeito que tenho para hoje. Independente de valer nota ou não, façamos nossos papéis, sem cagação de regra.