quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

quando escolhemos

Existe um momento indefinível na vida em que você escolhe. Essa constatação se dá apenas após os efeitos de uma escolha se concretizarem. E aí já foi. Você não gosta da sua voz, do seu jeito de andar, do seu discurso ultrapassado, do seu estilo, do seu cabelo, do seu estranho jeito de contar verdades. E aí já foi. Você escolheu ser tudo isso, um dia, uma vez, num passado real. Escolheu cada centímetro de quem você é. Naquele dia em que deixou para amanhã a corrida matinal, quando comeu demais no fim de semana, quando disse não e morreu de culpa, ou mesmo quando deixou a gasolina na reserva e rezou para conseguir chegar a casa. Você escolheu ser quem você é em cada segundo de sua vida, em cada fala, em cada suspiro. Agora mesmo, nesse minuto, está escolhendo. Essas pequenas escolhas formam você. Mas como conseguir mudar depois de toda essa construção milimétrica? Como deixar de ser quem sempre foi? Como não vacilar no inesperado? Como fazer com que estas pequenas escolhas se somatizem em mudança? Resultem num alguém que eu desejo ser. Num ‘eu’ novo e ao mesmo tempo real?

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