sexta-feira, 2 de novembro de 2012

felicidade na estante

Na mesma onda dos antidepressivos, hoje é proibido ser infeliz. Lutos só duram sete dias, meia hora a mais é patologia declarada, prozac na garganta. Não comparecer ao bar da esquina, onde seus amigos brindam a felicidade medíocre de suas vidas, em ter conseguido sobreviver mais um dia, engolindo a mesma cerveja morna após cada expediente de sexta-feira. Enquanto você simplesmente opta por seguir outro rumo, outro caminho, nesse mundo alérgico que nos brinda com um fim próximo, se Deus quiser. Não posso faltar com as expectativas da chamada “ditadura da felicidade”, a mesma que esfrega em nossas caras a irrealidade em sermos menos “eu” e mais “nós”, no sentido coletivo de -monte de merda-. “Só não é feliz quem não quer”, e seu não quiser? Ou puder? Estarei condenado ao fracasso enquanto ser humano... Desculpe-me, creio que não, mas na sociedade em que os equívocos vêm em manuais, sinto-me inadequado por simplesmente divergir do que teimam em gritar, com perdigotos, em minha cara.

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