domingo, 9 de dezembro de 2012

tudo por mim mesmo

Não gosto das vozes claras, limpas, articuladas… Gosto de vozes roucas, arranhadas, engasgadas, com algo entalado, querendo ser dito, querendo dizer, cantar... Câncer na garganta que narra a trajetória de um rancor, de um amor talvez, de alguém que não pôde. Beleza bonita na dor. Dor que se liquefaz, muda de estado. Sai do emocional e encarna em nós na dor física. Mas sem esta dor não faz sentido. Perde o charme, a graça. Viver sem dor não tem sentido, por quê. Masoquismo social, lutando por migalhas de afeto diário. Um sorriso, um abraço falso, um beijo babado e a carga de energia que se enche novamente por 3 segundos e logo tudo se reinicia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário