domingo, 14 de novembro de 2010

óbvio

Estou falando outra lingua com as pessoas de onde vim. Estou incompreendido, não consigo. Olho em volta e não entendo aonde cheguei e porque, mas estou feliz por um lado. Prefirindo omitir um lado do outro por pura supertição, medo e um certo controle, eu me calo, ofego, susurro, arfo e uso verbos na primeira pessoa do singular. O escuro em que me encontro é quente e úmido como um brigadeiro recém tirado do forno. Vomito palavras e engulo silencio. A ambiguidade molhada reflete no calendario e a única imagem clara que enxergo é a quarta-feira que se aproxima. É o solstício da minha vida. Vejo tudo em slow motion e no presente momento, somente nesse centésimo de segundo, não era o que pretendia.

2 comentários:

  1. ... uma incógnita inteligente que vale a pena ler e escrever. Fera estes pensamentos!

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  2. Sensível, delicado, puro e sincero como um conto infantil para crianças inteligentes.

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