quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Oxímoro retórico

Você me persegue. Não perco o sono. Sonho com você. Acordado, todos os lugares me lembram você em algum aspecto pequeno que seja. Atribuo termos incompatíveis a você e tudo se mostra imperfeito na perfeição dos encontros. Não conheço um só momento de tranqüilidade e não é preciso passar pelo Humaitá para incompreender o mundo. Essa tendência neorromântica que nos envolve deixa-nos vulneráveis e suscetíveis a qualquer tautologia perdida no meio fio. Termos lingüísticos substituem a minha língua que jamais tocou a sua e essa ausência não se completa na definição epistemológica da palavra amor. Qualquer notícia sua me exaspera e muda todo o meu dia que não estava tranqüilo o bastante para receber tamanha dose de nostalgia. Respiro ofegante em uma sessão de yoga. Taquicardia e uma pitada de tic nervoso adoçam o meu dia. Sete minutos para fechar uma torneira não me aproximam de você. Dois minutos para apertar o botão do elevador não me deixam mais tempo vivo. Mesmo assim corrijo a postura, sorrio para os espelhos e me beijo em busca de referências bibliográficas corporais suas.

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