sexta-feira, 4 de maio de 2012

Oh Susanna

Confesso que jamais esquecerei o dia em que entrei na casa de número 176 da Avenida Vieira Souto, cruzei o saguão e avancei as escadas. Deparei-me com uma mulher de cabelos negros e olhos azuis, olhos bem marcantes. – Susanna? Eu disse.


- Sim? , disse-me ela. Olá, eu sou o Pedro amigo da Clarissa que você chama de Alessandra. - Espertinho você, né? Exclamou! Sorri e ela retribuiu generosamente. Não seria capaz de prever, mas a partir daquele dia a minha vida nunca mais seria a mesma.


Quantas experiências incríveis vividas tendo como cúmplice essas arcadas? Quantas as amizades feitas! Quantas emoções! Quanta alegria conviver com seres humanos que assim como eu buscaram vorazmente a real capacidade do nosso corpo, nosso principal instrumento de trabalho! Quanta angústia carreguei no trajeto até o meu refugio no recreio dos bandeirantes, somente os bancos acolchoados do onze trinta e três sabem o tamanho das frustrações que tive e o quanto cresci através delas. Como sou grato por ter aprendido a ser autentico como estou sendo agora e não carregar a menor culpa por isso! Como sou grato pelas palavras sempre eufemísticas, porém carregadas da mais pura verdade de minha querida mestra. Foram experiências que não trocaria por nada nesse mundo. Experiências em uma sala de aproximadamente 20 m² que ultrapassaram a quarta, quinta, sexta, sétima parede, sétima sim, porque sete é auspicioso, não é Susanna? Aprendi a ser tantas coisas ao mesmo tempo, porém uma de cada vez. Aprendi a rir na hora certa. Aprendi a ser levado a sério, mesmo quando se tem 17, 18 ou 19 anos. Aprendi a ser feliz. Estou aprendendo a cada dia. Agora já está feito, você é uma referência, como um livro na estante que sempre consultamos nos momentos de dúvida. Aquele livro todo escrito, anotado, querido e amado que nós não emprestamos para ninguém.

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