quinta-feira, 26 de abril de 2012

Depois daqueles dois dias

Aquele menino, hoje é homem com choro preso, querendo gritar, querendo amar. O vosso apartamento conjugado não permite tamanha demonstração de sentimentalidade. Ele não acredita mais nos seus próprios sonhos, nem mesmo em seu próprio amor próprio. Vida amarga aos olhos daquele que sente a agulha. Cada qual sabe a grossura de sua veia. Mais uma vez perdeu. Mais uma vez não conseguiu suplantar suas próprias vontades em relação a ele mesmo. Deve ser esse o sentimento da mãe abortada, pensou o rapaz. Ir, seguir, prosseguir e nunca chegar. Ameaças nunca findadas, atrapalhadas pelo o único inimigo conquistado por ele em vida: O próprio. Não queria ir embora com aquele choro dentro de si, aquela dor que vira câncer não poderia ali estar condensada em sua voz, pulmões e pulsos. Não restava mais nada a não ser o pedido de conseguir continuar sem perder as forças, sem desistir, sem desacreditar-se.

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